quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Porta errada


  Por vezes nos perguntamos o que estamos fazendo nesse mundo, que acordamos todos os dias e temos obrigações para cumprir. Mundo este que nos fere sem ver, só de andar descalço e sem armadura.
  Vem cá, mundo! Acordo por quê? O que você quer de mim?
  Ah, se fosse só um, ou dois que estivessem assim...
  Viemos sem pedir e sem saber a missão, vivemos uma vida de conflitos, tentando desviar dos obstáculos quando muito cansados das próprias lutas, tudo isto, pra chegar à um patamar definido por sabe-se quem, para fazer sabe-se o quê.
  Sabe mundo... Às vezes cansa. Ficar por aí, abrindo o coração, sendo gente de verdade, de carne, osso e muito sentimento, e não de aço e pedra. Cansa percorrer o labirinto e chegar à várias portas, mas nenhuma saída.
  O que resta pra mim, mundo, se não continuar correndo e procurando novas portas?
  Era pra ser assim mesmo, ou eu entendi o guia de vida errado?

  Manda sinal de fumaça, mensagem em sonho, papel no meio do caminho, qualquer aviso, só pra saber que essa corrida e essas lutas não são em vão. Só pra saber que o continuar vai valer a pena.

  Não esquece de mim, Mundo.
 

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Além






  Olá amigo, há um ano não te vejo, e nem nos falamos, não?!
  Tentei lhe escrever algumas vezes, mas as palavras e os sentimentos se misturavam, e eu acabava apagando tudo... Tanta coisa aconteceu...

  Tem sido difícil começar pelo começo, por mais óbvio que pareça ser, mas a gente se perde quando não sabe mais onde as coisas começaram, ou terminaram. A gente fica procurando um caminho, uma ponta de linha, mas as mãos estão tão calejadas que não me admiraria se estivesse segurando sem nem perceber.
  A gente sempre sonha que vai realizar a vida de uma certa forma, seguindo aquele caminho sem muitos contratempos, e sem muitos desvios, que chega à um ponto onde você simplesmente não sabe mais como se seguem outros caminhos, como se constroem outras histórias. Não se sabe mais colocar ponto final onde só tem sido ponto e vírgula.
  Mas essa é a tal vida, não é mesmo? Uma batalha diária, um lugar onde vamos pra aprender a ser fortes, e a voar, mas não conseguimos nem sair do chão... Me admira pensar que todos meus saltos tenham sido imaginários, ou talvez tenham acontecido, mas me levado para um lugar bem, bem distante de onde era pra ter chegado, ou queria ter chegado.
  Acho que é por isso que tenho sentido tantas dores nas minhas costas, devem ser minhas asas crescendo, me mostrando que posso voar, que consigo ir mais longe, ir mais alto. Será que terá uma bela nuvem lá em cima? Ou seria mais fácil o Sol me queimar? Acho que isso não importa mais... O importante é me mover, e continuar alimentando minhas asas.
  Prometo não demorar a voltar, amigo. E voltarei com boas notícias. Me disseram que Deus abençoa a decisão, seja pelo sim ou pelo não. Que Ele abençoe o meu sim, então, pois quero voar bem alto!

Com carinho, de sua amiga, o novo anjo da legião.